sábado, 13 de setembro de 2008

¨¨

Quando não posso contemplar teu rosto,
contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
teus pequenos pés duros

Eu sei que te sustentam
e que teu doce peso
sobre eles se ergue

Tua cintura e teus seios,
a duplicada rósea
dos teus mamilos,
a caixa dos teus olhos claros
que há pouco levantaram vôo,
a larga boca de fruta,
tua cacheada cabeleira,
pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
é só porque andaram
sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem

Nenhum comentário: